Pearl Harbor: Tour USS Arizona e Missouri saindo de Ko Olina

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Como é a experiência?

Nunca imaginei que sentiria um silêncio tão profundo ao descer de um mini-ônibus, mas ao chegar em Pearl Harbor vindo de Ko Olina, tudo pareceu desacelerar. Nosso guia — Kaleo, que cresceu ali perto — entregou os passes com uma seriedade tranquila. Ele falou algo sobre “as lágrimas do Arizona” antes mesmo de embarcarmos na balsa da Marinha que cruza a água. Lembro do cheiro de protetor solar misturado com o ar do mar enquanto esperávamos, todos meio calados, exceto uma criança perguntando se os navios de guerra ainda flutuam. Agora entendo por que dizem que esse lugar precisa ser visto pessoalmente.

O Memorial USS Arizona é quase cegante de tão branco contra o azul do porto. Dá para ver partes do navio debaixo da água — gotas de óleo ainda subindo depois de tantos anos, que Kaleo chamou de “lágrimas negras”. Isso ficou comigo mais do que eu esperava. Teve um momento em que ninguém falou nada, só ficou olhando para baixo ou para as bandeiras. Não é como um museu; tem um peso diferente. Tentei pronunciar umas palavras em havaiano numa placa e o Kaleo riu (de um jeito bom), quebrando um pouco a tensão.

Subir no USS Missouri depois foi uma sensação totalmente diferente — como entrar num novo capítulo logo depois de um difícil. O convés é enorme, o metal quente pelo sol, e tem um lugar onde assinaram a rendição que acabou com a Segunda Guerra. Um dos guias a bordo contou histórias de marinheiros que escondiam petiscos no refeitório (parece que Spam é coisa séria por aqui). Andamos por corredores estreitos e salas de máquinas com cheiro de tinta velha e metal — juro que perdi a noção do tempo ali dentro. No caminho de volta por Honolulu, passando pelo Cemitério Punchbowl, fiquei pensando naquelas gotas de óleo na água. Ainda penso às vezes.