Portland Maine: Tour pela cidade e 3 faróis com guia local

4.96

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Como é a experiência?

Já estávamos descendo a Commercial Street quando percebi o quanto estava perdendo ao andar sozinho. Os paralelepípedos sob meus pés pareciam mais antigos que muita coisa da minha cidade, e nosso guia — que cresceu aqui mesmo, em Portland, Maine — apontava detalhes que eu jamais teria notado. Ele brincava sobre a “forma certa” de pronunciar Casco Bay (ainda não consigo), e dava para sentir que ele conhecia metade das pessoas que cruzávamos pelo nome. O ar tinha aquele cheiro salgado do porto, misturado com um aroma doce vindo de uma padaria ali perto. Era como se a cidade estivesse despertando ao nosso redor.

Eu não esperava me interessar tanto por faróis, mas quando chegamos ao Fort Williams Park e descemos no Portland Head Light, aquilo me tocou. O vento vindo do mar arrepiava meu rosto; as gaivotas gritavam no céu; e todo mundo ficou em silêncio por um instante, olhando para aquelas pedras. O guia contou que o pai dele costumava trazê-lo ali quando criança — e que ele uma vez tentou escalar parte do forte (não tente isso). Depois, paramos no Spring Point Ledge Lighthouse, onde o cachorro de alguém não parava de correr atrás das ondas no quebra-mar. Dá para chegar bem perto e ver as pinturas descascadas e a ferrugem — nada daquelas imagens perfeitas de cartão-postal.

A viagem pela Eastern Promenade foi daquelas que você queria pausar e ficar ali para sempre. Casas vitorianas alinhadas, parecendo esperar o retorno de algum velho capitão do mar. Na Victoria Mansion, o guia contou uma história sobre uma bibliotecária que achou um diário antigo no sótão — não sei se era verdade, mas me deu vontade de espiar todas as janelas da cidade. Entre a estátua de Longfellow e o Bug Light (sim, é esse mesmo o nome), percebi que nem tinha olhado para o celular uma vez.