Helsinki: Trilha na Floresta de Liesjärvi e Almoço à Beira do Lago com Traslados

4.98

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Como é a experiência?

Vou ser sincero, quase perdi o ponto de encontro — a fachada de vidro do Kiasma se mistura com a movimentação matinal de Helsinki. Mas lá estava nosso guia, sorrindo e acenando, facilitando tudo. A viagem até Liesjärvi parecia deixar a cidade para trás a cada quilômetro — os prédios sumindo, a floresta ficando mais densa, aquela mudança lenta que só percebe quando não está no celular. Fizemos uma parada para café e banheiro (os postos finlandeses são surpreendentemente aconchegantes), e de repente estávamos cercados por árvores tão altas que me fizeram sentir pequeno, mas de um jeito bom.

A primeira coisa que senti ao entrar na trilha foi o cheiro — agulhas de pinheiro esmagadas sob as botas, um aroma úmido e terroso que grudava na jaqueta. Nosso guia (acho que se chamava Jari?) apontou umas frutinhas pequenas pelo caminho; disse que são melhores no fim do verão, mas eu experimentei uma mesmo assim. Azedinha na medida certa para despertar. Teve um momento em que todo mundo ficou em silêncio ao mesmo tempo — sem carros, sem vozes, só o vento nas folhas e um pica-pau longe. É curioso como o silêncio pode parecer tão alto quando você não está acostumado.

O almoço à beira do lago não era nada sofisticado, mas foi perfeito — fogo crepitando, sopa fervendo numa panela velha. O pão tinha um gostinho defumado de ter sido tostado em gravetos sobre as chamas (eu deixei o meu cair na cinza, mas comi do mesmo jeito). As pessoas trocaram histórias sobre suas casas; alguém da Alemanha tentou falar “Liesjärvi” e a gente riu junto. Depois, passeamos tirando fotos — a água refletia tudo como um espelho, exceto quando o vento mexia na superfície por um instante. Até hoje lembro daquela paisagem.

O caminho de volta pareceu mais curto, não sei se foi porque sabia que um café quente me esperava no ônibus ou porque me senti mais leve depois de horas na floresta. Quando chegamos de volta a Helsinki por volta das 16h, minhas pernas estavam cansadas, mas a cabeça mais clara do que há semanas — sabe aquela sensação?