Cannes, Antibes e Saint-Paul-de-Vence: Passeio em Grupo Pequeno

4.61

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Como é a experiência?

Já se perguntou se subir aqueles degraus do tapete vermelho em Cannes é realmente glamouroso ou só meio surreal? A verdade é que é os dois. Começamos nosso passeio em Nice com a guia Sophie, que parecia conhecer todos os atalhos e tinha uma história para cada curva da costa. O van estava silencioso no começo — talvez todo mundo ainda estivesse acordando — mas assim que chegamos à Croisette e vimos as palmeiras ao longo do boulevard, alguém apontou para o hotel Carlton e de repente estávamos todos falando sobre estrelas de cinema que nunca vamos conhecer. Tentei imaginar como deve ser aqui durante o festival — provavelmente uma loucura, mas hoje só dava para sentir um leve cheiro de café e protetor solar.

O Palais des Festivals é menor do que eu imaginava (ou talvez eu seja mais alto do que pensava?), mas sim, fizemos o clássico “subir os degraus”. Sophie riu quando meu amigo tentou fazer uma pose dramática para as fotos — tinha poucos turistas por ali, então não ficou bobo. Depois disso, Cannes ficou para trás enquanto seguimos pela costa rumo a Antibes. O mar tinha uma cor estranha, entre azul e prata, sob as nuvens da manhã. Antibes parecia diferente — muros de pedra antigos cercando ruas estreitas, lojinhas com portas abertas exalando cheiro de espresso. A guia mostrou onde Picasso morou por um tempo; eu não esperava me importar, mas acabei gostando.

Paramos na marina — “Cais dos Bilionários”, como Sophie chamou — e, sinceramente, alguns daqueles iates pareciam maiores que meu prédio em casa. É quase engraçado como as pessoas normais passam por eles como se não estivessem ali. De lá seguimos para o interior, até Saint-Paul-de-Vence. O ar mudou — ficou mais fresco, com cheiro de pinho no chão e aquele aroma forte que só se sente em vilarejos antigos no alto das colinas. Tinha artistas pintando calmamente nas portas e um senhor varrendo a entrada de casa que nos cumprimentou com um aceno sem parar o que fazia.

Me perdi por um instante numa daquelas ruas de pedra (não perdido de verdade, mas sabe como é), olhando a luz do sol batendo numa parede coberta de trepadeiras. O cachorro de alguém latiu dentro de uma galeria. Tudo parecia mais devagar aqui — como se o tempo se esticasse entre cada passo. Comprei uma aquarela pequena de uma senhora que disse que o pai dela já pintou com Chagall; talvez fosse brincadeira, talvez não — gostei de não saber ao certo.