Mont Saint-Michel: Passeio de um dia saindo de Bayeux com entrada na Abadia

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Como é a experiência?

A primeira coisa que lembro foi a janela da van embaçando enquanto cruzávamos os pântanos da Normandia — alguém brincou que aqui ovelhas são mais que gente, e, pra ser sincero, parecia verdade. Mont Saint-Michel surgiu no horizonte, saindo da névoa como algo meio mágico. Nosso guia, Jean-Luc, apontou como a luz muda a cada hora; ele estava certo. Fiquei olhando a maré subindo ao redor da estrada de acesso, pensando em quantos séculos de gente pisaram nesse lamaçal para chegar até aqui.

Subir aquelas ruas tortuosas não foi fácil (calçado confortável é essencial — aprendi rápido). O ar tinha um leve cheiro de sal e pedra antiga. Jean-Luc contou histórias de monges e prisioneiros — Mont Saint-Michel já foi mosteiro, fortaleza e até prisão. Houve um momento na abadia em que tudo ficou em silêncio, só o som dos passos ecoando nas pedras frias. Tentei imaginar como seria viver ali, só com o vento e os sinos como companhia. Depois tivemos tempo livre para explorar; entrei numa lojinha que vendia galettes, mas acabei só observando gaivotas brigando por migalhas na praça.

Não esperava me sentir tão pequeno ali, nos parapeitos olhando para aquela imensidão de areia e mar — sabe aquela sensação de estar num lugar tão antigo que seus problemas parecem menores? No caminho de volta para Bayeux, todo mundo estava mais calado. Talvez cansado, ou só absorvendo tudo. Ainda lembro daquela vista quando fico preso no trânsito em casa.