Paris: Tour a Pé pela Notre-Dame e Visita à Catedral

4.80

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Como é a experiência?

“Você quase consegue sentir o cheiro da pedra antiga,” disse nossa guia, acenando para a fachada marcada da Notre-Dame. Ela tinha o costume de parar no meio da frase para a gente realmente observar — as gárgulas escurecidas pela fuligem ou os andaimes que ainda seguram as torres depois do incêndio. A praça estava cheia, mas eu conseguia encontrar aqueles momentos de silêncio, como quando os sinos começaram a tocar ao longe e todo mundo parou de falar por um instante. Aquele som — me fez sentir pequeno, de um jeito bom.

Não esperava me envolver tanto com os detalhes. Nossa guia (Marie, parisiense da gema) mostrou onde ainda dá para ver as marcas de queimado de 2019. Ela contou sobre os artesãos que trabalham na restauração — tem um cara que só faz os narizes das gárgulas novas. Demos a volta para ver os arcos-botantes que a gente sempre lê nos livros, e eu não parava de pensar no esforço que foi construir tudo isso só com força e paciência. Alguém perguntou sobre o acesso à Catedral de Notre-Dame; descobrimos que a entrada é gratuita, mas tem um código de vestimenta (sem ombros à mostra ou saias curtas), e a Marie lembrou disso duas vezes — ela já viu gente ser barrada.

Depois, caminhamos pela margem do Sena, com o sol refletindo na água e casais fazendo piquenique na beira do rio. A última parada foi na Shakespeare and Company — corredores apertados, pilhas de livros por todo lado, aquele cheiro de papel antigo que eu adoro. Alguém tentou ler uma frase do Hemingway em francês e se enrolou todo; até a Marie riu. Ainda penso naquela vista da Notre-Dame dali — todos aqueles séculos empilhados numa só olhada.