Monte Rinjani: Trekking de 2 Dias no Cume da Cratera Senaru com Acampamento

4.88

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Como é a experiência?

Você só entende o que é cheiro de verde de verdade quando está no meio da trilha saindo de Senaru, com o suor misturado ao aroma forte da terra molhada e das folhas. Nosso guia, Pak Agus, começou num ritmo que parecia tranquilo — mas já no Pos 2 eu já duvidava das escolhas do meu café da manhã. Ele riu e me entregou um pedaço de abacaxi, doce e pegajoso na mão. “Devagar,” disse ele, “a montanha tem paciência.” Gostei disso. A floresta era densa e cheia de barulho de pássaros que eu nem sabia o nome, e às vezes um raio de sol passava entre as árvores, só para lembrar o quanto estávamos subindo.

A subida fica mais íngreme depois do almoço no Pos 3 — não vou mentir, minhas pernas já estavam bambas. Mas a vista quando finalmente saímos da última área de capim? Surreal. O cume da cratera se abre do nada e lá embaixo tem um lago azul enorme e o Gunung Baru soltando fumaça de leve no meio, como se fosse normal. O jantar parecia até melhor do que deveria (talvez porque eu não precisei carregar nada — os carregadores são verdadeiros heróis). Assistimos o sol se pôr atrás do Monte Agung em Bali e as Ilhas Gili ficaram douradas por um instante. Ninguém falou muito; todo mundo ficou ali, enrolado em casacos e no silêncio.

Acordei antes do amanhecer porque o alarme do celular de alguém tocou (dessa vez não foi o meu). O frio lá em cima é cortante — mesmo com várias camadas — mas o nascer do sol no cume da cratera Senaru é outra história. A luz vai aparecendo devagar, rosada, e de repente você lembra por que se esforçou para chegar até ali. O Agus fez um café que tinha gosto de fumaça e vitória ao mesmo tempo. A descida foi mais silenciosa; talvez o cansaço ou porque ninguém queria ir embora ainda. Minhas botas ainda estão enlameadas enquanto escrevo — não lavei de propósito.