Dublin para Glendalough e Kilkenny: Passeio de um Dia com Caminhadas Guiadas

4.89

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Como é a experiência?

“Aqui é onde dizem que São Kevin costumava dormir”, disse nosso guia, apontando para uma cavidade coberta de musgo entre duas pedras antigas em Glendalough. Quase esperei um corvo pousar ali perto — o lugar tinha um ar tão antigo. O cheiro era de folhas molhadas e ovelhas, e minhas botas faziam barulho no caminho úmido. Saímos cedo de Dublin (quase esqueci meu carregador — graças às portas USB do ônibus), mas quando chegamos lá, a cidade parecia distante. O vale estava em silêncio, quebrado só por alguns corvos e uma risada atrás da gente, de alguém reclamando que a capa de chuva não era tão impermeável assim.

Gostei que o guia não nos apressou — ele deixou a gente se perder um pouco depois de contar histórias sobre monges que se escondiam ali há séculos. Em um momento, parei só para ouvir. É estranho como Wicklow fica tão silenciosa, só o vento puxando meu capuz quebrava o silêncio. Fizemos uma rápida parada para fotos no Wicklow Gap — nuvens rolando sobre colinas que pareciam cenário de filme antigo (dizem que vários foram filmados ali). Tentei registrar no celular, mas desisti; é daquelas paisagens que só valem o momento.

Depois fomos para Kilkenny — mais movimentada, com crianças correndo e vitrines cheias de doces que eu nem sabia pronunciar. O passeio a pé foi na medida certa para sentir as ruas tortas e o clima medieval (quase tropecei nos paralelepípedos algumas vezes). O almoço foi por conta própria, peguei uma sopa num café pequeno onde o dono chamava todo mundo de “querido”. Ainda deu tempo de passear pelos jardins do Castelo de Kilkenny — a grama parecia verde demais mesmo com o céu cinza — e depois voltamos todos para o ônibus rumo a Dublin. Já nem olhava mais os e-mails. Até hoje penso naquele silêncio do vale, sabe?