Cinque Terre saindo de Florença: 5 Vilarejos, Passeio de Barco e Trilha

4.84

(8481 avaliações)

Como é a experiência?

Já estávamos balançando no ônibus saindo de Florença quando percebi como a Toscana fica verdinha antes de chegar à costa. Nosso guia, Marco, contava histórias de piratas (piratas de verdade!) que invadiram esses vilarejos de Cinque Terre — ele apontou as antigas torres de vigia que ainda ficam acima de Vernazza. O ar mudou conforme nos aproximávamos do mar; dava para sentir o cheiro de sal e ervas silvestres antes mesmo de ver a água. Eu só pensava: como alguém conseguiu construir casas em penhascos assim?

Os primeiros passos em Manarola foram quase íngremes demais para quem acabara de acordar, mas logo me distraí com roupas estendidas entre prédios coloridos e aquele cheiro doce estranho vindo da padaria — Marco explicou que era focaccia com uvas, parece estranho, mas é uma delícia. Passeamos devagar por Corniglia (minúscula, no alto — minhas panturrilhas reclamaram) e depois pegamos a trilha para caminhada. O caminho é pedregoso, irregular, às vezes só terra e raízes. Em alguns trechos não tem corrimão, então se você não se sente firme ou tem medo de altura, talvez evite essa parte. Mas a vista... não é à toa que tanta gente canta sobre essa costa.

Vernazza estava animada — crianças pulando das pedras para a água azul enquanto os velhos discutiam cartas no café. Tentei pedir um café em italiano; o barista sorriu educadamente, mas respondeu em inglês mesmo assim. Tivemos tempo livre para nadar ou só ficar no porto comendo anchovas no pão (bem mais salgadas do que eu esperava). A praia de Monterosso é de areia — algo raro por aqui — e alguns foram direto para o mar, enquanto outros saíram atrás de um gelato. O passeio de barco (se o tempo colaborar) passa preguiçosamente por todos os cinco vilarejos; gaivotas voando por cima e o spray do mar no rosto se você ficar na proa.

Riomaggiore foi nossa última parada antes de voltar para Florença. As cores das casas são realmente reguladas pela prefeitura — Marco jurou que é verdade — então toda foto parece um cartão-postal, querendo ou não. No trem de volta pela costa, observei os locais conversando em dialeto que eu não entendia e turistas queimados de sol já cochilando. Tem algo em sair de Cinque Terre que faz você querer voltar antes mesmo de desfazer as malas.