Florença & Pisa em 1 dia saindo de Roma: Grupo Pequeno, David e Torre Inclinada

4.55

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Como é a experiência?

Antes mesmo de sairmos de Roma, alguém me entrega um espresso pequenininho — confesso, eu precisava. Nosso motorista conversa baixinho com o assistente sobre o trânsito (parece que todo mundo na Itália tem uma opinião sobre isso). A estrada para o norte é longa, mas não monótona; vejo vinhedos deslizando pela janela e alguém atrás de mim canta baixinho. Quando finalmente chegamos em Pisa, o ar parece diferente — fresco, quase salgado. Tem aquele momento em que você fica parado olhando para a Torre Inclinada, e ela realmente parece que vai tombar a qualquer instante. Tentei tirar aquela foto clássica “segurando a torre”, mas acabei rindo da minha pose desajeitada. Nosso guia sorriu e disse que todo mundo erra na primeira vez.

A Piazza dei Miracoli é toda de mármore branco e luz do sol — quase forte demais para olhar sem apertar os olhos. Dentro do Batistério, um funcionário canta algumas notas para mostrar o eco. Ele pula de parede em parede como um segredo sendo sussurrado. Eu não esperava arrepios por causa da acústica, mas aconteceu. A catedral tem um cheiro leve de cera de vela e pedra antiga; as pessoas andam devagar, com a cabeça inclinada para trás para absorver tudo ao mesmo tempo. Só vemos a Torre Inclinada por fora (sem subir hoje), mas meus joelhos agradecem.

Ao meio-dia, voltamos para a estrada rumo a Florença — um silêncio toma conta enquanto alguns cochilam ou olham fotos no celular. O almoço é rápido, mas gostoso (ainda penso naquele pão). Nossa guia de Florença nos espera perto da Galeria da Academia; ela acena com o guarda-chuva como uma bandeira para não nos perdermos na multidão. Ver o David de Michelangelo de perto é... bem, ele é mais alto do que eu imaginava, e cada músculo parece vivo de alguma forma. Alguém sussurrou “ele parece nervoso”, o que me fez sorrir, porque talvez ele realmente esteja.

A cidade cheira a lojas de couro e espresso — além de um doce que não consegui identificar (talvez doces típicos?). Passamos pela Santa Maria del Fiore com seus padrões selvagens em mármore rosa e verde; nossa guia aponta para o Campanário de Giotto e conta como Brunelleschi resolveu o problema da cúpula observando ovos cozinhando (ainda não sei se é verdade). No Piazzale Michelangelo, pouco antes de voltar para Roma, há uma vista aberta de Florença — o rio serpenteando entre os telhados — e por um instante ninguém fala nada.