Ilhas Egadi: Passeio de Barco em Favignana & Levanzo com Almoço

4.94

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Como é a experiência?

A primeira coisa que lembro é o sol batendo na água quando saímos de Trapani — quase cegante, mas de um jeito bom. O barco não estava cheio (máximo 24 pessoas) e todo mundo parecia relaxar assim que passamos o quebra-mar. Nosso skipper, Salvo, começou a apontar umas ilhotas minúsculas — não consegui decorar todos os nomes, mas uma parecia uma tartaruga dormindo. O vento salgadinho grudava na pele e já me deixava com fome antes mesmo de chegar em Favignana.

Cala Azzurra foi nossa primeira parada e, pra ser sincero, fiquei só olhando a água cristalina antes de pular. Sabe quando dá pra ver os dedos do pé debaixo d’água? Era assim, só que mais azul. Alguém me passou uma máscara de snorkel e tentei seguir um peixe prateado por um tempo — perdi ele rapidinho. De volta ao barco, o Salvo serviu prosecco e Aperol spritz pra quem quisesse (eu peguei chá de pêssego porque não aguento muito álcool). Os petiscos eram simples — amendoim e uns salgadinhos picantes chamados ‘cosini’ — mas depois de nadar, fizeram toda a diferença. Tentei dizer “grazie” com a boca cheia; não foi meu melhor momento.

Bue Marino parecia mais tranquilo. Talvez fosse o eco nas paredes de pedra antigas ou o sol já deixando todo mundo meio mole. O Salvo contou que antigamente focas-monge se escondiam ali; fez um gesto com a mão imitando bigodes que fez todo mundo rir. Depois fomos para Cala Rossa — pedras vermelhas e água turquesa, com uma história de batalhas antigas que me arrepiei mesmo com 30°C. Passamos pela Grotta degli Innamorati (Gruta dos Amantes), que realmente parece duas pessoas se abraçando se você apertar os olhos. Ou talvez seja só o que a gente quer ver.

O almoço foi massa com pesto de Trapani (amêndoas, tomates, azeite) e outro com pesto de manjericão — ambos muito melhores do que eu faço em casa, vou confessar. Também teve pão cunzato: macio, salgado, com azeite na medida certa. Comemos ancorados no porto de Favignana enquanto gaivotas voavam e moradores passavam de bicicleta naquelas magrelas antigas que só se vê na Sicília. Depois teve uma hora livre pra passear pela cidade; comprei um potinho pequeno de atum em óleo com uma senhora que não falava inglês, mas sorriu quando apontei para os produtos dela.

Levanzo veio depois: as casas brancas de Cala Dogana brilhando contra o mar azul, pescadores consertando redes na praia como se fosse rotina. Em Cala Fredda fiquei flutuando até os dedos enrugarem; alguém disse que tem nascentes de água doce debaixo da areia, mas eu não consegui distinguir onde acabava o sal e começava o doce. A última parada foi Cala Minnola — pedrinhas no chão, história por todo lado se você prestasse atenção (o Salvo contou histórias de piratas e romanos). No caminho de volta teve frutas frescas e licor de melão; no primeiro gole achei estranho, mas depois caiu perfeito depois de tanto sol. Ainda fico pensando naquela vista por cima do ombro, com Trapani chegando de novo.