Roma: Tour Noturno em Trastevere e Histórias do Gueto Judaico

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Como é a experiência?

Nos encontramos bem na saída do metrô Circo Máximo — fácil de achar, é só seguir o burburinho das vozes e o aroma de comida de rua que vinha de algum lugar perto. Nosso guia, Marco, acenou com um sorriso que parecia dizer que já tínhamos tomado um vinho juntos. Ele começou logo, apontando onde as carruagens passavam a toda velocidade (quase dava para ouvir a torcida se eu fechasse os olhos). Não esperava rir tanto das histórias sobre imperadores romanos — parece que política não muda muito, né?

Andamos pelo antigo porto, onde Marco parou para deixar a gente tocar nas pedras. Eram frias e lisinhas, gastas por séculos de mãos. Teve um momento perto do Fórum Boário em que um casal de locais passou de braço dado, conversando naquele italiano melodioso de Roma — deu vontade de entender mais da língua. Os templos ali pareciam até parte do caminho de casa, iluminados pela cidade. Já estava escurecendo e dava para sentir o cheiro de alcachofras fritas vindo de uma trattoria próxima (me deu fome na hora).

O Gueto Judaico foi a parte que mais me surpreendeu. Marco contou a história enquanto passávamos sob o Pórtico de Otávia — sem rodeios, o que eu gostei muito. Tinha um tom pesado, mas também de esperança quando falava das famílias que ainda moram ali. Em um momento, ele tentou ensinar a gente a falar “carciofi alla giudia” direito; a Li riu quando eu tentei (com certeza estraguei a pronúncia). Quando chegamos em Trastevere, a noite já tinha caído de vez — tudo ficou mais quente e animado. A música de um bar invadia a rua e a galera já se juntava para o aperitivo. Até hoje lembro daquela vista do outro lado do rio, toda dourada na pedra.