Siracusa: Passeio de Barco em Ortigia e Grutas Marinhas com Snorkel

4.87

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Como é a experiência?

"Você já viu água tão cristalina assim?" Foi o que nosso guia, Andrea, falou assim que saímos do pequeno cais em Siracusa. Eu ainda tentava pronunciar “Ortigia” direito — Li riu quando eu tentei (acho que no final até cheguei perto). O sol já estava quente nos meus ombros, e um cheiro de maresia bateu assim que o barco começou a se afastar. O barco não era nenhum luxo, mas combinava com o lugar — pintura branca descascada em alguns pontos, cordas meio ásperas nas mãos. Passamos devagar por prédios antigos de pedra agarrados na beira da ilha, com roupas estendidas balançando sobre a água, como se fosse um sinal secreto de alguém.

Andrea foi apontando pedaços da história — parece que aquele arco que passamos é mais velho que muitos países (ele falou tão de leve que quase não ouvi). As grutas marinhas eram mais escuras do que eu imaginava, com ecos por dentro e um ar fresco que batia no rosto depois de tanto sol. Em um momento ele desligou o motor e deixou a gente flutuar em silêncio por um minuto. Lembro de só ouvir o pingar da água vindo de algum lugar atrás e o clique discreto da câmera de um celular. Não sei por quê, mas essa parte ficou marcada pra mim.

Paramos numa enseada onde a água parecia irreal — azul-esverdeada, igual aquelas garrafas antigas que você encontra em feiras. Tiraram o equipamento de snorkel (que já estava incluído), e mesmo não sendo muito bom nadador, resolvi tentar. Peixes passavam rápido perto dos meus pés; alguém achou uma concha que parecia uma orelhinha. Teve risada e uns respingos meio desajeitados, mas ninguém ligou. Na volta pra Siracusa, Andrea distribuiu fatias de melão gelado — não faz parte do passeio oficial, é algo que ele faz se gostar da gente (segundo ele). O vento aumentou e por um instante todo mundo ficou em silêncio de novo, só olhando Ortigia ficando menor atrás da gente.