Skopje: Tour a Pé pela Casa de Madre Teresa, Bazar Antigo e Fortaleza Kale

4.95

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Como é a experiência?

“Sabe, minha avó lembra do terremoto como se fosse ontem,” contou nosso guia, Aleks, enquanto parávamos em frente à Casa Memorial de Madre Teresa. A voz dele baixou um pouco — não de forma dramática, só sincera — e de repente parecia que eu podia sentir as cicatrizes antigas da cidade por trás das estátuas novas e brilhantes. Nos encontramos no Palácio Ristich (quase perdi ele porque fiquei hipnotizado pela fonte), e logo Aleks começou a contar histórias de Skopje que nenhum guia turístico revela. O ar tinha um leve cheiro de milho assado vindo de um vendedor de rua, e eu me arrependi de ter pulado o café da manhã.

Fomos ziguezagueando pelo centro — passando pelo Parlamento e por aqueles monumentos enormes e meio exagerados (Aleks tinha opiniões fortes sobre eles) — depois cruzamos a Ponte de Pedra, onde o rio Vardar parecia preguiçoso sob a luz da manhã. O passeio foi tranquilo; Aleks deixava a gente parar quando algo chamava atenção, como quando parei pra olhar um grafite perto de uma hospedaria antiga no Bazar Antigo. Ele riu quando tentei falar “Kapan Han” — sério, o macedônio é mais difícil do que parece. Teve um momento dentro de uma daquelas hospedarias otomanas em que tudo ficou em silêncio, só se ouvia o sino da igreja ao longe e alguém negociando temperos na rua. Foi uma paz estranha, gostosa.

A subida até a Fortaleza Kale de Skopje foi mais puxada do que eu esperava (minhas pernas ainda lembram disso), mas a vista compensou: um mosaico de telhados e montanhas ao longe, meio enevoado. Aleks apontou bairros reconstruídos depois de 1963, e dava pra ver que ele realmente se importa com como Skopje muda, mas nunca esquece suas feridas ou seus heróis. O passeio terminou num misto de risadas e silêncio, olhando a cidade juntos. Eu não queria ir embora ainda, mas o tempo não espera.