Kinabatangan: Passeio no Rio e Acampamento na Selva

4.82

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Como é a experiência?

O som da água batendo na lateral do nosso pequeno barco foi a primeira coisa que me marcou, antes mesmo de ver os macacos. Nosso guia, Afiq, apontou um lampejo laranja nas árvores enquanto eu ainda tentava entender se minha câmera aguentaria a umidade (sobreviveu, na maior parte). A luz da tarde era densa e dourada. Deslizávamos silenciosamente pelo Rio Kinabatangan, só nós e talvez outro barco ao longe — nada de multidões. Afiq sorriu ao avistar um macaco narigudo relaxando como se fosse dono do pedaço. Ele contou que a família dele cresceu bem ali, à beira do rio; dava para sentir isso na forma como falava de cada curva e canto de pássaro.

O jantar era simples, mas de um jeito perfeito — arroz, peixe, algo apimentado que eu não consegui identificar (e provavelmente nem deveria tentar pronunciar). O acampamento é básico, claro, mas tem algo mágico em adormecer ao som da selva que faz a gente esquecer da falta de energia elétrica ou do Wi-Fi instável. O gerador roncou um pouco depois do jantar, depois silenciou, deixando só o coaxar dos sapos e risadas distantes da cozinha. Sinceramente, não esperava dormir tão bem.

A manhã chegou cedo — observar a vida selvagem às 6h30 não é para todo mundo, mas flutuar pelo rio com a névoa subindo da água? Vale muito a pena. Vimos tucanos voando acima e até conseguimos avistar um orangotango lá no alto (Afiq ficou animado, pois eles nem sempre aparecem). O café da manhã no acampamento tinha um sabor especial — talvez seja estar ali, com gente que realmente vive à beira desse rio. Às 9h já estávamos arrumando as coisas, mas ainda penso naquele silêncio na água antes do resto do mundo acordar. Faz o barulho da cidade parecer muito longe.