Agadir: Passeio a Cavalo e Churrasco ao Pôr do Sol

4.63

(8 avaliações)

Como é a experiência?

Logo que saímos da van e encontrei os cavalos nos arredores de Agadir, o que mais me chamou atenção foi o cheiro do eucalipto — aquele aroma fresco e mentolado que corta o ar. Nosso guia, Youssef, me entregou as rédeas e sorriu quando contei que não montava desde criança. “Sem problema,” ele disse, “os cavalos conhecem esse caminho melhor que eu.” Começamos devagar, o som dos cascos batendo nas folhas secas trazia uma paz estranha. O sol já estava baixo, projetando sombras longas sobre o rio Souss Massa. Em um momento, Youssef apontou para um grupo de flamingos na água rasa — confesso que quase não vi porque estava focado em não cair do cavalo.

Seguimos por trechos de floresta onde só se ouvia o canto dos pássaros e o suave som dos cascos. De vez em quando, a brisa mudava e trazia um cheiro de sal vindo além das dunas. Algumas crianças acenaram de longe; uma delas tentou imitar o assobio do guia e errou feio (isso nos fez rir bastante). Depois de cerca de uma hora — o tempo fica meio confuso quando você só observa a luz mudando na areia — paramos para um chá sob uma acácia meio torta. O copo estava quente na mão e o chá doce demais, daqueles que fazem os dentes doerem. Não sei se é sempre assim por aqui ou se era só para ver minha reação.

No fim, não esperava me sentir tão tranquilo. Talvez fosse o ritmo da cavalgada ou simplesmente estar ali com gente que realmente vive naquele lugar. Terminamos a noite em uma casa berbere para jantar — cuscuz e carne grelhada com aquele sabor defumado, comendo com as mãos enquanto o tio de alguém contava histórias em darija (Youssef traduziu a maior parte). O caminho de volta para Agadir parecia mais silencioso; todo mundo estava satisfeito e feliz daquele jeito que só dá depois de fazer algo simples, mas especial. Até hoje, aquela vista do rio ao pôr do sol me vem à cabeça — fica guardada na memória.