Chefchaouen: Passeio de um dia saindo de Fes com Medina Azul e Cachoeira

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Como é a experiência?

O que mais me marcou foi o vidro do carro embaçando enquanto saíamos de Fes — ainda era cedo, quase escuro, e nosso motorista Yassine falava baixo, apontando para a barragem Sidi Chahed. Paramos lá por uns dez minutos. O ar tinha cheiro de pedra molhada e hortelã de uma barraca próxima. Tentei tirar uma foto, mas acabei só observando a água se mexer. Depois, tomamos café da manhã num café à beira da estrada — café forte, pão que desmanchava na mão e dois senhores mais velhos discutindo futebol em árabe. Não entendi muito, mas o riso deles me fez sorrir.

Depois de algumas horas serpenteando pelas colinas (perdi a conta das curvas), Chefchaouen apareceu lá embaixo — aquelas casas azuis empilhadas contra a montanha. Nossa guia Leila fez a gente descer antes de entrar para admirar a cidade toda de uma vez. Ela contou a história da pintura azul (algo sobre afastar mosquitos, mas também tradição judaica). Tentei falar “Chefchaouen” direito; Leila sorriu e disse que eu estava quase lá.

A medina é menor do que eu imaginava, mas cada canto tinha um charme — gatos por todo lado, velhinhos vendendo azeitonas, crianças correndo com mochilas. A Praça Uta el-Hammam estava movimentada, mas sem confusão; sentei num muro baixo só pra observar o vai e vem das pessoas. Leila nos guiou por becos estreitos onde a luz do sol refletia nas paredes azuis tão intensas que quase doíam nos olhos. Em um momento, ela entrou numa loja para cumprimentar a prima (parece que todo mundo se conhece ali), e fiquei com o cheiro de couro e especiarias no ar.

Depois, fui até a cachoeira Ras el-Maa — pequena, mas onde os moradores lavavam roupas e conversavam ao som da água. Uma garotinha me ofereceu figos fresquinhos; tentei pegar umas moedas e ela riu quando deixei cair uma. No caminho de volta para Fes, cansado mas feliz, pensei em como é fácil se sentir em casa em Chefchaouen, mesmo que só por uma tarde.