Marrakech a Merzouga: Acampamento de Luxo e Passeio de Camelo no Deserto

4.81

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Como é a experiência?

Mal saímos de Marrakech quando nosso motorista, Youssef, parou numa barraca à beira da estrada — ele queria que experimentássemos o óleo de argan fresco. A mulher no balcão me deixou moer as nozes (fui péssima nisso), e ela sorriu enquanto eu provava o óleo no pão quentinho. Ainda era cedo, mas o ar já trazia aquele cheiro doce e empoeirado. Youssef não parava de apontar as aldeias berberes escondidas nas colinas enquanto subíamos pelo Atlas. Em algum ponto depois de Ait Ben Haddou — que parece ainda mais antigo ao vivo do que nos filmes — perdi a noção do tempo só observando as cores mudando pela janela.

A primeira noite no hotel no desfiladeiro do Dades foi um prêmio: camas macias, água da piscina quase gelada demais para os meus pés, jantar com cordeiro cozido lentamente e um tempero que até hoje não sei nomear. De manhã, fomos explorar o próprio desfiladeiro; crianças locais acenavam lá do alto enquanto tentávamos não escorregar nas pedras soltas. Ao meio-dia, passamos pelo desfiladeiro do Todra e seguimos para Merzouga — dava para sentir a paisagem se abrindo, ficando dourada e depois só areia por todo lado.

Não esperava que fosse tão silencioso quando chegamos na borda do Saara. Nossas malas foram adiante num jipe enquanto montávamos nos camelos (o meu se chamava Bob Marley — nem sei por quê). O passeio foi meio esburacado, mas até relaxante depois de tantas horas na estrada. No acampamento, nos receberam com chá de hortelã antes de nos levarem às tendas — camas de verdade, chuveiro privativo dentro da tenda (uma sensação estranhamente chique no meio do nada). Depois rolou sandboard (caí na hora), e o jantar foi sob um céu tão cheio de estrelas que parecia mentira. Músicos do sul tocavam tambores perto da fogueira; tentei acompanhar o ritmo, mas me perdi na batida.

Levantar antes do sol no último dia parecia impossível, mas valeu a pena — a luz rosa invadia as dunas enquanto todo mundo se mexia devagar, meio acordado. No caminho de volta a Marrakech, só pensava nas risadas que rolavam no acampamento, mesmo entre gente que mal falava a mesma língua. Ainda não sei se vou conseguir tirar toda essa areia dos meus sapatos.