Cabo San Lucas: Aula de Culinária Mexicana com Brunch no Jardim

4.80

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Como é a experiência?

“Você precisa sentir esse cheiro,” disse o Chef Armando, estendendo um punhado de epazote fresco que acabara de colher no jardim do restaurante. Eu nem sabia o que era epazote até aquele momento — tinha um aroma entre hortelã e capim, só que mais intenso. Mal tínhamos chegado na aula de culinária em Cabo San Lucas e minhas mãos já estavam cheias de pedacinhos de terra. A manhã estava quente, mas agradável; dava para ouvir alguém picando cebola lá dentro enquanto os pássaros disputavam no alto. Nosso grupo era só de cinco pessoas, então parecia mais um encontro na casa de um amigo do que algo formal.

Não sou exatamente um craque na cozinha — minhas tortillas sempre ficam tortas — mas o Armando nem ligava. Ele brincava em espanhol e inglês, mostrando como montar camadas de feijão preto e queijo Oaxaqueño naquela tlayuda crocante enorme (uma pizza mexicana, se você olhar de longe). Em um momento tentei pronunciar “tlayuda” direito; Li riu e me corrigiu três vezes antes de desistir. Tudo seguia um ritmo gostoso: cortar, mexer, dar um gole no drink (que a gente mesmo preparava com mezcal e um sal apimentado), e provar de novo. O ar tinha cheiro de milho assado e raspas de limão. Até hoje lembro da primeira mordida — crocante, defumada, com o frescor do abacate por cima.

Comemos juntos numa mesa longa de madeira, sob umas videiras, trocando histórias das nossas cidades enquanto o Armando explicava por que a flor de abóbora muda de sabor conforme a estação. Depois do brunch, ele deixou a gente passear pelo jardim para colher ervas para chá — foi algo que não estava no plano, mas virou minha parte favorita. Não era só aprender receitas ou riscar “aula de culinária mexicana em Cabo San Lucas” da lista; parecia ser um convite para algo local e verdadeiro. Saí de lá com os dedos manchados, novos amigos e uma receita meio anotada num guardanapo perdida na minha bolsa.