Puerto Vallarta: Passeio de Speedboat para Observação de Baleias com Especialista Marinho

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Como é a experiência?

Já imaginou como é olhar nos olhos de uma baleia-jubarte? Eu nem tinha pensado muito nisso até estarmos pulando sobre as ondas da Baía de Banderas naquele pequeno speedboat, com o vento salgando o rosto e todo mundo segurando o chapéu. Nossa guia, Ana, passou os hidrofones — eu nunca tinha ouvido o canto das baleias antes. Ela sorriu e disse: “Espere só.” E então todos ficamos em silêncio. Dá para ouvir elas debaixo d’água, aqueles sons profundos e ecoantes que fazem toda a baía parecer viva. Arrepiei, e não foi só por causa do vento.

As baleias apareciam quando queriam. Um minuto estávamos olhando o horizonte (eu ficava apertando os olhos por causa do sol refletido na água), e de repente, um enorme bater de cauda a uns trinta metros. Todo mundo soltou um suspiro — alguém deixou cair o lanche, e Ana riu. Ela começou a contar como essas jubartes migram milhares de quilômetros todo inverno só para se reproduzirem aqui perto de Puerto Vallarta. É impressionante pensar numa viagem assim. O barco balançou um pouco enquanto nos aproximávamos (mas sem chegar perto demais — Ana era bem firme nisso), e dava para sentir aquele cheiro de sal do mar misturado com um toque quase doce dos manguezais próximos.

Tentei tirar fotos, mas acabei só admirando. Um filhote nadava bem do lado da mãe, os dois se movendo tão devagar que parecia até coreografia. Em um momento, Ana apontou para uns pescadores locais acenando de longe — ela gritou algo em espanhol que não entendi, mas todo mundo acenou de volta. Foram três horas, mas juro que pareceram menos; o tempo tem um jeito estranho de passar ali na baía.

O engraçado é que não paro de lembrar daqueles cantos de baleia ecoando nos fones do hidrofone — a gente não espera se sentir tão conectado a um bicho daquele tamanho, sabe? Mas por alguns minutos ali na Baía de Banderas, eu me senti.