Teotihuacan: Caminhada ao Amanhecer e Degustação de Tequila e Mezcal

4.97

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Como é a experiência?

Já estávamos quase no topo da Pirâmide da Lua quando finalmente acordei de verdade — sabe aquela sensação, pernas pesadas, céu começando a dourar sobre Teotihuacan? Nossa guia, Marisol, mostrou como o vale se estendia lá embaixo, e eu tentei recuperar o fôlego (não só por causa da subida). O silêncio era estranho — só o vento e alguns poucos madrugadores. Ela contou como as pessoas se reuniam ali para cerimônias, e juro que consegui imaginar tudo. Meus tênis ficaram cobertos de poeira que grudou até o fim do dia.

Descendo pela Avenida dos Mortos parecia que estávamos entrando na memória de outra pessoa. Paramos diante de murais, e Marisol explicou o significado de cada cor — até deixou a gente tocar um pouco da pedra antiga (mais fria do que eu esperava). No meio do caminho, entramos numa cooperativa de famílias locais. O cheiro lá dentro era de barro úmido e melado de agave. Nos serviram copinhos de tequila e mezcal (gostei mais do defumado), além de pulque — que é… diferente. A Li riu quando tentei falar “pulque” em espanhol; acho que estraguei a palavra.

Não esperava me interessar tanto por esculturas em obsidiana, mas ver o artesão esculpindo aquela pedra preta brilhante era quase hipnotizante. Experimentamos chapéus de palha para uma foto — não ficou meu melhor look, mas quem liga? Quando chegamos à Pirâmide do Sol, senti uma energia estranha no ar — talvez o efeito da cafeína passando ou algo mais. O sol batia forte nas pedras; dava para sentir o calor subindo, mesmo sem ser meio-dia ainda.

Até hoje lembro do primeiro gole de mezcal, todo mundo sorrindo em volta daquela mesa meio desgastada. Não é só sobre ruínas e história — é sobre pessoas compartilhando histórias com bebidas mais antigas que muitos países. A volta para a Cidade do México foi silenciosa, só o ronco de alguém duas filas atrás. Acho que a gente andou mais do que imaginava.