Lima: Mercado Central, Catacumbas e Centro Histórico com Transfer

4.94

(218 avaliações)

Como é a experiência?

“Você precisa provar isso,” disse nosso guia Diego, sorrindo enquanto me entregava algo que parecia suco de milho roxo. O Mercado Central de Lima é uma explosão de sons — não só os vendedores gritando os preços, mas o barulho das facas raspando escamas de peixe, o aroma picante do ají misturado com frutas que eu nem sabia o nome. Tentei pedir “chirimoya” em espanhol e ganhei um sorriso de uma senhora atrás da banca; ela corrigiu meu sotaque piscando para mim. É engraçado como a comida pode fazer você se sentir perdido e acolhido ao mesmo tempo.

Saímos para a luz do sol, seguindo Diego por varandas antigas cheias de fios e grafites que pareciam contar suas próprias histórias. A Igreja e Convento de San Francisco apareceu à frente — pedra clara contra um céu que ameaçava chuva, mas nunca caía. Lá dentro, o ar era fresco e tinha um cheiro leve de papel antigo e vela. As catacumbas eram mais escuras do que eu imaginava; ossos empilhados em formas estranhas, e Diego sussurrou que mais de 25 mil pessoas estão enterradas ali. Alguém atrás de nós deu um suspiro — talvez tenha sido eu.

A caminhada pela Jirón de la Unión foi um turbilhão de engraxates batendo suas escovas, adolescentes rindo alto demais, vitrines refletindo todo mundo de volta para si. Paramos na Plaza Mayor, onde os prédios do governo pareciam segurar a respiração. Depois, na Plaza San Martín — gente espalhada pelas pedras, casais sentados juntinhos nos bancos sob palmeiras gigantes. Diego contou sobre a independência do Peru ali mesmo, com a voz quase se perdendo no barulho da cidade. Até hoje lembro como tudo parecia tão vivo — até os momentos de silêncio tinham seu próprio ritmo.