Piscinas Turquesa de Millpu: Passeio de um Dia saindo de Ayacucho

4.33

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Como é a experiência?

O que mais me chamou atenção foi como a luz do sol refletia nessas piscinas turquesa — não era azul, nem verde, era uma cor impossível que me fez parar no meio do caminho. Nossa guia, Maribel, riu quando tentei explicar em espanhol (“como… uma pedra preciosa?”), e ela concordou, dizendo que realmente não existe palavra para aquilo. O ar aqui perto de Circamarca é fino e tem cheiro de grama molhada depois da chuva da noite passada, e só se ouve o som da água correndo sobre as pedras. Não esperava me sentir tão em paz por dentro.

A viagem de Ayacucho durou cerca de três horas e meia — tempo suficiente para minhas pernas ficarem meio travadas, mas, sinceramente, a paisagem pela janela me manteve acordado. Passamos por vilarejos pequenos onde as crianças acenavam para a van (eu acenei de volta; uma delas fez careta e sorriu). Quando finalmente chegamos a Millpu, Maribel distribuiu folhas de coca “por precaução” contra o efeito da altitude. A descida para o cânion é meio pedregosa em alguns trechos, e eu escorreguei uma vez (nada demais — só um sapato sujo de lama), mas ela estava sempre por perto para ajudar. As piscinas ficam uma atrás da outra, como degraus, cada uma mais cristalina que a anterior. Primeiro molhei só os pés — gelados, mas depois de um minuto me joguei. Ainda não acredito no frio que estava.

O almoço foi simples — pão, queijo, frutas — comemos sentados numa pedra plana enquanto observávamos crianças locais brincando e se molhando no outro lado do rio. Tem algo em comer ao ar livre depois de nadar que faz tudo ficar mais gostoso. Maribel contou histórias da infância dela aqui perto; parece que o tio dela pescava nesse rio antes mesmo dos turistas aparecerem. Ela apontou algumas flores silvestres cujos nomes já esqueci (deveria ter anotado). O sol começou a se pôr atrás das falésias e tudo ficou dourado por um instante — essa imagem ficou comigo.