Setúbal: Passeio de Barco Rápido para Ver Golfinhos no Rio Sado

4.86

(146 avaliações)

Como é a experiência?

Eu não esperava ficar nervoso para ver golfinhos — mas lá estava, aquele friozinho na barriga assim que deixamos Setúbal para trás. O ar da manhã tinha aquele toque salgado típico do Atlântico, e nosso guia João sorria como se soubesse algo que a gente não sabia. Ele apontou a praia do Albarquel enquanto passávamos rápido, a água brilhando em tons de azul e verde sob as nuvens. Eu só pensava: e se hoje eles não aparecerem?

O barco era mais rápido do que imaginei — não balançava demais, só o suficiente para o vento bagunçar meu cabelo e eu ter que segurar o chapéu. João brincou sobre a “velocidade golfinho” (acho que falava do barco, não da gente), e de repente ele desligou o motor. Silêncio, só o som da água batendo no casco. “Olha,” ele falou baixinho, apontando para uma sombra escura logo abaixo da superfície. Golfinhos-rotadores — maiores do que eu imaginava, quase cinza carvão de perto. Eles surgiram tão perto que dava para ver as cicatrizes e ouvir o sopro quando um exalava. Alguém tentou filmar, mas acabou rindo — parecia besteira assistir pela tela.

Passamos pelas praias da Figueirinha e Galapos, com falésias íngremes atrás da areia clara. João contou que esses golfinhos vivem aqui há gerações — são cerca de trinta no grupo do Rio Sado. O céu ia e vinha entre sol e garoa; tudo cheirava a pedra molhada e algas. Em um momento, golfinhos-comuns passaram rápido lá longe (tão rápido que mal vi), mas a maior parte do tempo éramos só nós e a colônia de golfinhos-rotadores dando voltas lentas perto do barco.

Ainda lembro daquele instante em que tudo ficou quieto, só o som dos sopros dos golfinhos e a voz baixa do João explicando seus hábitos. Não foi perfeito — meus sapatos ficaram encharcados com o spray, e meu português é uma bagunça — mas, na real, isso só deixou tudo mais especial.