Iron Gate: Fortaleza de Golubac, Lepenski Vir e Passeio de Lancha no Danúbio

4.95

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Como é a experiência?

Saímos de Belgrado bem cedo, ainda bocejando, mas a nossa guia Milena tinha um jeito de transformar a viagem numa aula de história que não cansava — ela apontava vilarejos pelo caminho e contava lendas locais com risadas. Duas horas depois, chegamos à Fortaleza de Golubac. Já tinha visto fotos, mas estar ali, com o rio tão largo e a fortaleza agarrada às pedras, é outra coisa. O vento trazia aquele cheiro de pedra molhada e dava para ouvir gaivotas lá longe, sobre a água. Só pudemos entrar na parte chamada Zona Verde, mas confesso que gostei — algumas torres pareciam capazes de devorar turistas no café da manhã.

Depois seguimos para Lepenski Vir. Confesso que não sabia muito sobre o lugar antes — descobri que é um dos assentamentos mais antigos da Europa, o que é impressionante quando você está diante daquelas faces de pedra, esculpidas há milhares de anos, com um visual quase moderno. Milena explicou como as pessoas viviam ali há 8 mil anos, bem à beira do rio. O museu era tranquilo e fresco, um alívio depois de tanto sol refletindo no Danúbio.

O passeio de lancha começou em Tekija, e aí o barulho bom tomou conta — vento no rosto, spray da água para quem sentou na frente (eu!). Passamos rápido pela Placa de Trajano, grudada na encosta, que só se vê direito do rio. Teve um momento em que desaceleramos perto da escultura do Decebalus Rex, aquela enorme face na pedra, e todo mundo ficou em silêncio por um instante. Talvez eu estivesse dramático, mas o clima ficou pesado. No caminho de volta, paramos em dois mirantes ao longo da estrada sinuosa; Milena insistiu em tirar nossa foto em grupo, mesmo com meu cabelo totalmente bagunçado.

O almoço foi num lugar onde os locais comem — peixe grelhado, bastante pão, nada sofisticado, mas exatamente o que eu queria depois de tanto ar puro do rio. No caminho de volta, fiquei pensando nas camadas de história que se acumulam ao longo do Danúbio. Isso não dá para sentir em fotos, sabe? Até hoje, quando fico preso no trânsito em casa, lembro daquela vista em Golubac.