Istambul Cruzeiro Jantar no Bósforo: Dança Folclórica & DJ, Vista Noturna

4.51

(1441 avaliações)

Como é a experiência?

É engraçado — eu achava que o Bósforo seria só o cenário do jantar, mas a noite toda parecia que estávamos flutuando dentro de um cartão-postal vivo. Embarcamos perto do pôr do sol (o píer já estava cheio de gente e gaivotas), e nosso guia — acho que o nome dele era Cem — já nos entregou um prato de mezes antes mesmo de sentarmos. O cheiro da berinjela grelhada misturado com o ar salgado era irresistível. Tem algo mágico em ver Istambul do mar à noite, a cidade parece não ter fim. O Palácio Dolmabahce brilhou dourado por um instante enquanto passávamos. Tentei tirar foto, mas meu celular captou mais reflexos e risadas ao fundo. Foi perfeito assim.

O cruzeiro seguiu num ritmo tranquilo, dava para identificar os pontos turísticos enquanto eles iam passando — a Torre da Donzela era menor do que eu imaginava, flutuando sozinha, quase fantasmagórica. Cem apontou a Fortaleza Rumeli de um lado e o Palácio Beylerbeyi do outro; ele contou que os sultões costumavam fugir para lá no verão. O show começou logo depois do prato principal (escolhi cordeiro, que estava melhor do que eu admitiria para minha irmã vegetariana). Os dançarinos giravam tão perto que dava para ver o suor na testa deles, e de repente a música mudou para ritmos latinos e todo mundo bateu palmas. Em certo momento o DJ assumiu — não é muito minha praia, mas a galera dançou mesmo assim, inclusive um casal mais velho que parecia estar esperando por esse momento a semana toda.

As pontes de Istambul se acenderam em azul neon enquanto passávamos por baixo delas. Ficou frio no convés, então peguei o cachecol da minha amiga e, por um instante, só ficamos encostados no corrimão vendo os faróis cruzarem da Europa para a Ásia. Alguém em outra mesa tentou me ensinar a dizer “brinde” em turco (“şerefe!”), acho que falei errado — eles riram de qualquer jeito. As bebidas à vontade ajudaram nessa parte.

Voltamos ao píer perto da meia-noite. Meus sapatos estavam grudados de raki derramado e calda da sobremesa (ainda penso naquele baklava de nozes). O traslado do hotel fez toda a diferença, não precisei me preocupar com táxi ou nada — sinceramente, não queria que a noite terminasse de outro jeito.