Istambul: Espetáculo de Dança Hodjapasha & Noite de Folclore da Anatólia

4.62

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Como é a experiência?

A primeira coisa que percebi ao entrar no Centro Cultural Hodjapasha foi o eco — parecia que as paredes ainda guardavam as memórias da água e das risadas de quando aquele lugar era um hammam. Os arcos de pedra captavam as luzes coloridas enquanto as pessoas se acomodavam em seus assentos numerados, algumas sussurrando em turco, outras tirando fotos. Havia um cheiro sutil — talvez incenso ou só a pedra antiga aquecida pelo calor de tantas pessoas ao longo do tempo. Tomamos nossa água mineral e passeamos pela pequena exposição no saguão, lendo sobre danças que eu nunca tinha ouvido falar. Minha amiga tentou pronunciar “Kafkas” e uma senhora local perto de nós sorriu, corrigindo com delicadeza.

Quando o show começou, foi quase demais para absorver de uma vez só. Os dançarinos giravam em explosões de cor — vermelhos de veludo, azuis profundos — e o som dos pés batendo no chão era tão forte que dava pra sentir no peito. Em um momento, uma dançarina solo de dança do ventre se movia com uma confiança silenciosa; suas pulseiras tilintavam a cada giro. As projeções em 360 graus nos envolviam — montanhas, rios, luzes da cidade — e por um instante esqueci que estávamos ali, perto de uma rua movimentada de Istambul. Nosso guia (acho que se chamava Emre?) se inclinou e sussurrou algumas curiosidades — como certos passos que vêm de vilarejos perto do Mar Negro. Não esperava sentir arrepios durante uma dança em grupo, mas aconteceu.

Depois, as pessoas ficaram em pequenos grupos do lado de fora, comentando qual parte gostaram mais ou tentando imitar os passos desajeitados sob os postes de luz. É engraçado — às vezes ainda escuto aquelas batidas de tambor quando caminho à noite. Tem algo em ver todas essas tradições unidas num só lugar que fica na memória muito mais do que a gente imagina.