Planalto Central: Tour de Moto Dalat, Dray Sap e Vilarejos

5.00

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Como é a experiência?

“Se tiver medo das curvas, fecha os olhos e confia em mim,” sorriu nosso guia Tam enquanto apertava a última alça da minha mochila na frente do hotel em Dalat. Ri — mas, para ser sincero, estava um pouco nervoso em pegar carona por quatro dias pelo Planalto Central. O ar cheirava a pinho e chuva distante enquanto saíamos em ziguezague de Dalat, parando na louca Crazy House (Tam chamou de “Gaudí encontra Alice no País das Maravilhas”) antes de seguir para o interior. Passamos por campos onde mulheres de chapéu cônico se curvavam sobre fileiras de pés de café, e Tam desacelerou para eu tentar dizer “xin chào” para uma agricultora — ela acenou com as mãos sujas de barro e um sorriso enorme. O almoço foi em algum ponto no alto da serra; ainda lembro do crocante das ervas frescas no meu macarrão de arroz e de como o ar da montanha deixava tudo mais saboroso.

Na manhã seguinte, no Lago Lak, os galos me acordaram antes do sol nascer. Sentei do lado de fora com um café forte, vendo os moradores M’nong deslizando seus barcos de madeira pela água enevoada — parecia que o tempo tinha parado por um instante. Mais tarde, andando pela Vila Jun, Tam explicou como as famílias ainda cozinham arroz em bambu sobre fogo aberto; Li riu quando tentei dizer isso em mandarim — provavelmente estraguei tudo. Voltando à moto, paramos numa fábrica de tijolos onde as mãos dos trabalhadores moldavam o barro tão rápido que pareciam mágicos. A estrada até a cachoeira Dray Sap serpenteava pela selva cheia de cantos de pássaros e cheiro de terra molhada; quando finalmente chegamos, o som da queda abafava tudo ao redor. Mergulhar naquela “Piscina das Fadas” gelada depois de horas na moto foi um alívio puro.

O jantar daquela noite foi um churrasco à luz de fogo numa casa longa escondida perto das quedas — arroz grudado no bambu, carne de porco defumada, vinho de arroz caseiro passando de mão em mão até a risada ficar alta demais. O passeio do dia seguinte pela Trilha Ho Chi Minh parecia infinito, mas nunca cansativo: plantações de chá aparecendo no horizonte, histórias de guerra antigas do Tam (ele sempre tinha uma a mais), crianças acenando das casas à beira da estrada. Teve momentos em que só havia vento, colinas verdes e silêncio — são esses pedaços que eu fico revivendo na cabeça até hoje.

Voltamos para Dalat passando por Bao Loc e Vila do Frango (sim, tem uma estátua gigante de frango mesmo), parando em cachoeiras ou só porque Tam viu algo curioso na estrada. Quando chegamos ao templo Truc Lam perto do pôr do sol, já tinha perdido a conta de quantas vezes disse “uau” ou fiquei quieto atrás do Tam, vendo a luz dançar entre os pinheiros. Se você quer mais do que só riscar pontos turísticos — se quer sentir o Vietnã na pele por alguns dias — essa é a viagem.