Ilha de Vis: Safari de Quadriciclo nos Túneis Militares e Pico Mais Alto

5.00

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Como é a experiência?

Já estávamos pulando na trilha de terra antes mesmo de eu entender direito como acelerar o quadriciclo. Nosso guia, Marko, só sorriu e gritou algo sobre “estradas de verdade da ilha”. O vento trazia cheiro de mar e um toque de pinho pisoteado. Quando paramos na primeira base de canhões abandonada, o silêncio lá dentro era quase assustador. O ar fresco nos túneis, a poeira dançando no feixe da lanterna. Marko começou a contar histórias da época da Iugoslávia — ele sabia cada detalhe estranho, tipo qual sala os oficiais usavam para jogar cartas. Tentei imaginar os soldados ali, atentos a motores distantes. Arrepiante.

Depois, seguimos para um antigo centro de mísseis — parecia cena de filme da Guerra Fria. Paramos para fotos (não sou bom posando em quadriciclo, mas tudo bem), e Marko mostrou onde os britânicos construíram uma pista secreta na 2ª Guerra. Não esperava tanta história num passeio de adrenalina, mas isso deu uma profundidade única. O sol já estava alto — suor no pescoço, calor do motor subindo — e lá longe dava pra ver a cidade de Vis, toda de pedra branca e telhados vermelhos, abraçada pelas colinas verdes.

Até hoje lembro do trecho final subindo até o ponto mais alto da ilha. Minhas mãos vibravam no guidão e, quando paramos no topo, o silêncio tomou conta, só o som dos grilos. Lá embaixo, Komiža se espalhava e ilhotas pontilhavam o mar azul — parecia estar no limite do mundo. Alguém brincou que ia precisar de paraquedas pra descer (não fui eu). Não era nada perfeito ou arrumadinho, mas, sinceramente? Foi isso que ficou na memória.