New Orleans: Tour a Pé das Mulheres Notórias no French Quarter

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Como é a experiência?

“Se essas paredes falassem, cher, provavelmente te xingariam.” Foi o que nossa guia, Tasha, disse enquanto estávamos perto da Jackson Square, exatamente onde o passeio começava. Ela tinha um jeito de contar histórias que me fazia esquecer que estava em um tour — parecia mais que eu estava acompanhando alguém que morava ali há séculos. O ar estava pegajoso mesmo depois do pôr do sol, e um cheiro doce de praline misturava com o cheiro de tijolos antigos e algo que eu não conseguia identificar. Seguimos Tasha pelas ruas irregulares do French Quarter, desviando das poças da chuva que tinha caído antes. Ela apontava para varandas onde “bad broads” dominavam — madames, rainhas do vodu, mulheres que não ligavam para as regras da sociedade.

Não esperava rir tanto ouvindo sobre gente que fez coisas bem sombrias. Mas Tasha nos fazia sorrir a cada parada — especialmente quando contou como as festas da Madame LaLaurie não eram exatamente o que pareciam (essa história ficou comigo de um jeito estranho). Paramos em frente à LaLaurie Mansion e a rua ficou mais silenciosa por um instante; até o jazz que vinha da esquina pareceu diminuir o volume. Alguém do grupo perguntou se ela acreditava em fantasmas e ela deu de ombros, “Eu acredito em histórias.” Fazia sentido. Meus tênis já estavam cheios de pedrinhas, mas eu nem ligava.

A última parada foi a antiga casa de Marie Laveau. Teve um momento em que Tasha falou sobre como as pessoas ainda deixam oferendas no túmulo dela — batons, moedas, bilhetes dobrados. Ela disse que dá para sentir a história ali se você ficar parado tempo suficiente. Talvez fosse só a umidade, ou talvez fosse outra coisa, mas eu senti um arrepio. O passeio durou cerca de noventa minutos, mas no fim senti que tinha visto um lado de New Orleans que muita gente perde — não só fantasmas e lendas, mas mulheres reais que deixaram sua marca (para o bem ou para o mal). Ainda estou pensando em algumas dessas histórias.