New Orleans: Tour a Pé no Cemitério Metairie com Histórias Inéditas

4.97

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Como é a experiência?

Sabe aquela sensação de entrar em um lugar que parece ter vida própria? Foi assim que senti ao passar pelos portões de ferro do Cemitério Metairie. O ar estava denso, com um toque doce das magnólias, e a Sally — nossa guia — já nos chamava para perto daquela pirâmide de mármore protegida por uma esfinge de pedra. Ela sorriu e disse: “Essa aqui tem história”, e foi esse clima que dominou as próximas duas horas. Eu não parava de olhar para aqueles carvalhos enormes acima, com galhos entrelaçados como mãos antigas.

A Sally tem um jeito de contar a história de New Orleans que faz você esquecer que está em um tour. Paramos no túmulo da Anne Rice (não esperava sentir nada, mas senti), depois ela apontou para a sepultura da Ruth Fertel — sim, a fundadora do steakhouse — e contou como Ruth já entrou com o cachorro escondido no próprio restaurante. Teve momentos em que o sol batia no mármore branco de um jeito quase cegante, enquanto a Sally narrava histórias de apostadores carrancudos e madames de Storyville que foram expulsas dos próprios mausoléus. Tentei pronunciar um nome de família em francês; o Li riu tanto que quase derrubei minha garrafa d’água.

Mas não são só os nomes famosos. Havia uma pequena estátua de anjo, azulada pelo tempo, que me fez parar um pouco mais do que eu queria. Dá para ouvir o zumbido das cigarras ao longe. A Sally deu dicas de po’boys e bares de jazz entre as histórias — parecia mais uma caminhada com uma amiga antiga do que um passeio guiado. O lugar todo é grandioso e ao mesmo tempo misterioso; até hoje penso naquele anjo chorando quando o barulho da cidade fica demais.