Nova York: Tour de Luzes de Natal em Dyker Heights de ônibus

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Como é a experiência?

Alguém me entrega um copo de chocolate quente enquanto embarcamos no ônibus perto da Herald Square — nem sei de quem é, mas cai bem. Nosso guia, Mike, já começa a mostrar as vitrines da Macy’s antes mesmo de sairmos do ponto. Um silêncio meio mágico toma conta do ônibus enquanto passamos por Chelsea e West Village; todo mundo olhando a cidade em dezembro, todo agasalhado e embaçando as janelas com a respiração. Vejo um lampejo do High Line — só uma faixa de luzes verdes acima da gente — e Mike diz que vale a pena voltar na primavera. Quem sabe eu volte.

O túnel nos joga em Brooklyn e de repente tem espaço, céu aberto e aquele cheiro gelado do rio. Descemos em Dyker Heights e aí bate: cada casa mais exagerada que a outra. Papais Noéis gigantes balançam nos jardins, renas piscam nos telhados, alguém toca música (Mariah Carey, claro). O ar tem cheiro de pinho e algo doce — talvez biscoitos? Crianças gritam para bonecos de neve infláveis maiores que os pais. O guia conta que a Sra. Spata começou tudo isso há décadas; tento imaginar como era ser vizinho dela naquela época. É quase demais, mas também… nunca é suficiente. A gente fica querendo mais luzes.

Na volta, paramos no Brooklyn Bridge Park para fotos — meu celular quase congela na mão, mas não paro de tentar capturar o skyline com todas aquelas cores de Natal refletidas na água. De volta a Manhattan, o Washington Square Park brilha sob seu arco; tem uma árvore ali também, menor, mas com um calor diferente. Alguém no grupo tenta cantar “Jingle Bells” baixinho e leva um “shhh” da amiga (eu rio porque, sério, me identifiquei). Terminamos no Rockefeller Center, onde a árvore parece até falsa de tão iluminada — gente por todo lado tirando selfies ou só olhando pra cima como se fosse a primeira vez que veem neve.

Não esperava me sentir tão… jovem? Ou talvez só mais leve. O tour das Luzes de Natal em Dyker Heights não é nada discreto, mas Nova York em dezembro também não é. Às vezes, a gente precisa dessa alegria barulhenta pra espantar o que estiver carregando.