Paris: Passeio Privado de 2CV pelos Destaques e Cantinhos Escondidos

4.72

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Como é a experiência?

"Esse é mesmo o nosso carro?" perguntei, meio rindo, enquanto o pequeno Citroën 2CV azul engasgava ao parar na calçada do nosso hotel no 7º arrondissement. Nosso motorista — Mathieu — acenou como se já fôssemos velhos amigos. A cidade estava movimentada, mas sem pressa naquela manhã; dava para sentir o cheiro de pão fresco por perto, e, pra ser sincero, eu estava animado só de ver Paris de dentro de algo tão... bem, francês. Os bancos tinham aquele vinil meio rangente e eu ficava mexendo na trava da janela porque ela nunca ficava totalmente fechada.

Fomos ziguezagueando pelos 6º e 3º arrondissements enquanto Mathieu cantava baixinho Charles Trenet no rádio. Ele apontou para uma padaria que dizia ter o melhor pain au chocolat (não consegui provar — fica pra próxima), e contou como a avó dele costumava se esconder em Montmartre para noites de jazz. Na Place de la Concorde, ele desacelerou para a gente poder admirar os detalhes das fontes — a água brilhando sob um céu meio nublado. Às vezes ele mudava pro inglês no meio da frase ou ria das próprias histórias; isso fazia tudo parecer menos um passeio e mais um rolê com alguém que realmente ama essa cidade.

Confesso que depois de um tempo perdi a noção de qual arrondissement estávamos — as ruas viravam um filme contínuo de cafés, bancas de flores e gente acenando para o carro (o 2CV chama atenção). Passamos por Montmartre, onde um senhor velho tirou o chapéu pra gente — não sei se conhecia o Mathieu ou só gostava do carro. O passeio durou duas horas, mas pareceu mais rápido; talvez porque sempre tinha algo acontecendo pela janela ou uma nova canção tocando baixinho. Quando finalmente paramos perto de um jardim no 8º arrondissement, eu não queria descer ainda. Tem algo em ver Paris assim — até hoje lembro daquela vista dos telhados enquanto passávamos pelo Sacré-Cœur.