Florença: Tour a Pé de Comida e Vinho com 8 Degustações

4.82

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Como é a experiência?

Já estávamos na metade do nosso segundo espresso quando percebi como Florença fica mais viva pela manhã — o tilintar das xícaras, o rápido “prego!” do barista no meio do burburinho. Nossa guia, Giulia, me entregou um biscoitinho pequenino e explicou o processo de torra como se tivesse crescido atrás do balcão. Tentei repetir o nome da mistura (fracassei feio), mas ela só sorriu e disse para eu não me preocupar — “Italianos nunca esperam que você acerte de primeira.”

Entramos numa delicatessen que parecia parada no tempo desde 1885 — prateleiras de madeira antigas cheias de potes, o cheiro de trufa dominando o ar. O panino tartufato era mais intenso do que eu imaginava; uma pasta cremosa de trufa sobre um pão que estalava nas bordas. Alguém do grupo tentou adivinhar o que tinha dentro (Giulia piscou para a gente — aqui as receitas são segredo de família). Passamos pelas Capelas dos Médici e por ruas estreitas onde os locais mal nos notavam, todos focados nas suas próprias tarefas.

O Mercado Central de San Lorenzo era uma bagunça animada: vendedores gritando preços, cestos de tomates tão vermelhos que pareciam falsos, amostras de azeite em crostinis rústicos. Acabei com vinagre balsâmico nos dedos e nem liguei. Quando chegamos na enoteca para provar os vinhos toscanos, já tinha perdido a conta de tudo que comemos. O queijo era forte, salgado; alguém disse que tinha gosto “de fazenda”, e fazia todo sentido. Finalizamos com gelato perto da Piazza della Repubblica — pistache para mim, gelado e com aquele toque de noz sob a luz suave do fim de tarde.

Até hoje lembro do caminho de volta pelas ruas de Florença, meio vazias e um pouco sonolentas depois de tanta comida. Tem algo em dividir esses pequenos sabores com estranhos (e nas piadas soltas da Giulia) que fica na memória mais do que qualquer receita.