Túneis de Cu Chi e Delta do Mekong: Passeio com Sampan e Almoço

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Como é a experiência?

A primeira coisa que lembro é de me abaixar para entrar nos Túneis de Cu Chi, com os joelhos raspando a terra áspera e a camisa grudando nas costas. Nosso guia, Minh, bateu na parede e contou histórias de famílias que viveram ali por anos—disse até que algumas pessoas chegaram a se casar debaixo da terra. O cheiro era de barro e folhas secas. Tentei imaginar como seria cozinhar arroz naquele escuro. Minh riu quando perguntei se ele já tinha engatinhado por ali quando criança (“De jeito nenhum!”), mas mostrou como eles construíam respiradouros disfarçados de cupinzeiros. Esse detalhe ficou comigo.

Depois disso, saímos de Ho Chi Minh City—campos de arroz passando rápido, crianças acenando das bicicletas—e chegamos em My Tho para a parte do Mekong no passeio. O ar estava denso e doce perto do rio. Subimos num barco de madeira (a pintura descascada, azul vibrante) e deslizamos por casas sobre palafitas. Em uma parada, uma senhora mais velha me ofereceu chá de mel com fatias de kumquat boiando; era doce e floral, diferente do que eu esperava, mas delicioso. Tinha música também—alguém dedilhava um dan tranh enquanto provávamos manga e jaca direto do prato.

Não esperava rir tanto tentando remar um sampan por aqueles canais verdes e estreitos (meus braços ainda doem). A oficina de doce de coco tinha cheiro de açúcar caramelizado—acho que exagerei nas degustações. O almoço na fazenda Tiny Garden Family foi animado e acolhedor: peixe folha-de-elefante crocante, rolinhos de panqueca que você mesmo enrola, camarões grelhados que deixaram os dedos salgados. Todo mundo falando ao mesmo tempo, meio em inglês, meio em vietnamita. Parecia que estávamos participando de algo especial.

Já no fim da tarde, estávamos de volta na van—agora silenciosa, só com alguém roncando atrás de mim—e eu não parava de pensar naqueles túneis sob nossos pés. O dia inteiro parecia mostrar dois lados do Vietnã: a história tensa lá embaixo e a vida calma do rio lá em cima. Ainda lembro daquela vista do barco enquanto o crepúsculo chegava... é difícil explicar se você não esteve lá.