Hangzhou: Passeio de Barco no West Lake, Rua HeFang e Campos de Chá

4.98

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Como é a experiência?

Jack já acenava do carro antes mesmo de eu vê-lo na porta do hotel — aquele sorriso fácil que faz parecer que você está encontrando um amigo, não só um guia. Seguimos pela névoa da manhã em Hangzhou, com as janelas abertas para sentir o cheiro da pedra molhada e das folhas frescas da primavera. No West Lake, Jack nos colocou em um barco de madeira e deixou o silêncio tomar conta por um instante. A água tinha um leve ondular, e atrás de nós alguém cantava baixinho (acho que era o barqueiro). Jack apontou para as “Três Piscinas Refletindo a Lua” — tentei falar em mandarim e errei tanto que ele quase deixou o termômetro cair de tanto rir. Aquela vista do lago ficou gravada na minha memória; parecia maior do que qualquer foto poderia mostrar.

De volta à margem, caminhamos pela Su Causeway, desviando de casais tirando fotos de casamento e de velhinhos alimentando os pássaros. Começou a garoar — não o suficiente para abrir guarda-chuvas, só o bastante para deixar o ar com cheiro de verde e vida. Na Rua HeFang, Jack virou contador de histórias, falando sobre a Dinastia Song do Sul enquanto passávamos por barracas vendendo frutas cristalizadas e leques de seda. Teve um momento em que uma senhora me deu um pacotinho de papel com doce de osmanthus — doce, floral, quase delicado demais para comer. A rua estava cheia, mas tinha uma sensação de que o tempo ali quase não passava.

Depois, visitamos a antiga casa do Sr. Hu — Jack contou como ele saiu de criado para se tornar o homem mais rico da China, e depois perdeu tudo (jeito que ele contou me fez pensar se sorte realmente dura). A casa rangia sob nossos pés, com a luz do sol refletindo em garrafas empoeiradas nos cantos. No fim da tarde, estávamos nos campos de chá fora da cidade; uma jovem de olhos brilhantes serviu o chá Dragon Well tão fresco que dava para sentir o sabor da montanha em cada gole. Ela tentou me ensinar a mexer as folhas do jeito certo — eu falhei, mas ela sorriu de qualquer jeito. Voltando para o hotel com o crepúsculo chegando em Hangzhou, pensei naquele primeiro momento de silêncio no West Lake — às vezes, viajar é menos sobre o que você vê e mais sobre com quem você compartilha esses pequenos instantes.