New Orleans: Passeio de Airboat pelos Pântanos e Plantations com Almoço Gourmet

4.73

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Como é a experiência?

A primeira coisa que lembro é daquele cheiro úmido e verde quando saímos perto do Bayou Boeuf — ciprestes carregados de musgo, e o ar tão denso que dava pra sentir no gosto. Nosso guia, Ricky (que cresceu por aqui), sorriu ao entregar protetores auriculares para o airboat. “Vocês vão precisar disso,” avisou, e ele tinha razão — o motor rugiu enquanto deslizamos pela água, o vento batendo no meu rosto. Vi os olhos de um jacaré só aparecendo na superfície. Ricky apontou pássaros que eu nunca tinha visto e contou as antigas técnicas de caça do tio dele. Sério, não esperava rir tanto num passeio pelos pântanos.

Depois, passamos por campos de cana-de-açúcar que pareciam não ter fim até aparecer a Laura Plantation — amarela e vibrante no meio de tanto verde. O tour ali foi diferente dos que já fiz; nossa guia não escondeu as duras verdades sobre a história crioula e a vida dos escravos que construíram aquele lugar. Ela mostrou cartas escritas pela própria Laura e parou numa pequena exposição sobre as crianças que viveram ali — tinha algo na voz dela que me fez parar de mexer nas coisas e só ouvir. Às vezes, a história parece quase palpável.

Eu já estava morrendo de fome quando chegamos para o almoço no Houmas House, que caiu como uma luva. Sentamos numa sala iluminada pelo sol, com toalhas brancas (confesso que fiquei com medo de derrubar o gumbo, mas ninguém ligou). O buffet tinha de tudo, do shrimp étouffée ao bread pudding — acho que até repeti umas três vezes. Depois de comer demais, passeamos pelos cômodos cheios de retratos antigos e móveis pesados; nosso guia tinha uma história para cada piso rangente e quadro na parede. No jardim, a luz do sol passava entre os carvalhos gigantes e o ar tinha um perfume doce das flores. Ainda penso naquele silêncio sob as árvores às vezes.