Florença: Tour a Pé com Degustação nas Janelas do Vinho

4.64

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Como é a experiência?

Nos encontramos na Piazza della Repubblica — bem embaixo daquele carrossel antigo, que já girava mesmo sendo cedo. Nossa guia, Chiara, acenou com um sorriso largo e um lenço azul (disse que ajuda a ser vista). Ela começou contando que essa praça já foi o fórum romano, e eu ficava olhando para os arcos desgastados, imaginando quantos passos já passaram por ali. Um cheiro leve de café vinha de algum lugar — talvez do Gilli? — e confesso que quase me perdi atrás desse aroma. Mas Chiara nos puxou, guiando pelas vielas estreitas onde as pedras ainda estavam molhadas da chuva da noite anterior.

Não esperava rir tanto num tour a pé por Florença. Na San Lorenzo, Chiara apontou o Palazzo Medici Riccardi e contou como Cosimo de’ Medici praticamente comandava a cidade dali — chamou ele de “o influencer original”, o que fez todo mundo rir. Tinha aqueles pequenos momentos: um senhor gritando “buongiorno” para o lojista do outro lado da Via Calzaiuoli; o sol refletindo no ouro das portas de Orsanmichele; um músico de rua dedilhando algo que parecia Vivaldi, mas talvez não fosse. A expressão “tour a pé em Florença” não traduz a energia que você sente estando ali.

Se você escolher a opção das janelas do vinho (como eu fiz, porque por que não?), tem uma parte em que te entregam uma taça de vinho tinto por uma buchetta del vino — uma janelinha de pedra na parede de alguém. É um momento curioso, quase íntimo, como se você compartilhasse um segredo com a cidade. O vinho tinha um sabor terroso e vibrante ao mesmo tempo; tentei pedir outro em italiano, mas acho que errei, porque a mulher do outro lado só riu e me deu um pedaço de queijo. Essa troca simples ficou comigo mais do que qualquer ponto turístico — engraçado como viajar funciona.

Quando terminamos perto da Via Cavour, meus pés estavam cansados, mas a cabeça cheia de histórias — conspirações dos Medici, santos em capelas escondidas, até aquela estátua do porco no Mercato Nuovo (Chiara disse que esfregar o nariz traz sorte; fiz duas vezes para garantir). Ainda lembro do primeiro gole de vinho pela janela fria de pedra, e como Florença deixa de ser um museu para virar algo vivo quando você caminha com alguém que conhece cada canto e cada eco.