Santiago: Templo Bahá'í e Degustação na Vinícola Cousiño Macul

4.81

(200 avaliações)

Como é a experiência?

“Aqui dentro, é melhor falar baixinho,” disse nossa guia Camila, quase sussurrando, quando entramos na Casa de Oração Bahá’í nos arredores de Santiago. Ela tinha razão — havia algo na luz da manhã que atravessava aquelas pétalas de vidro curvadas que nos fez silenciar. Até o ar parecia diferente, fresco e leve, quase como se fosse chuva, mas sem ser. Vi uma senhora da vizinhança sentada sozinha em um dos bancos, mãos cruzadas, olhando a cidade. Parecia que ninguém tinha pressa.

Depois, seguimos pela borda de Santiago, onde os prédios vão dando lugar aos vinhedos. A Vinícola Cousiño Macul fica bem nessa linha — de um lado os arranha-céus, do outro, as fileiras de parreiras. Nosso anfitrião, Andrés, contou que a família dele produz vinhos ali desde 1856 (“mais tempo do que esses prédios existem,” brincou). Tentei repetir “Cousiño” com meu melhor sotaque espanhol e ele riu — até hoje não sei se acertei ou estraguei a palavra.

As adegas eram frescas e tinham um cheiro leve de pedra úmida e barris antigos. Provamos um Cabernet que deixou um leve formigamento na língua (sempre esqueço como o vinho tem outro sabor quando está no lugar onde é feito). O almoço foi simples, mas delicioso — pão que estalava ao quebrar e queijo com gosto fresco, quase de campo. Tive um momento olhando para os Andes e percebi como tudo parecia tão perto: cidade, montanhas, vinhedos, pessoas vivendo suas histórias. Dá uma pausa na correria, sabe?